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Sobre uma senhora

E a senhora das areias andava bem coberta.
Sabia cantar, mesmo quando não falava
Seu olhar cantava.
Andava sem olhar para trás.
Um dia, lágrimas turvaram seus olhos.
Quando as lágrimas secaram, a senhora
rasgou-se
trepidando
Agora estava nua.
E correu
Quando as areias chegaram, partiam-lhe a pele
A senhora abriu os braços
E encarou seu manto.
Nunca mais deixou pegadas.
Respirando areia tépida, deixou de cantar.
A senhora ouvia, observava.
E sorriu.

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