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Mostrando postagens de janeiro, 2012

meias verdades

Ás vezes, queria poder explicar essa necessidade Essa imensa necessidade que eu tenho de me esconder. Queria que houvesse um desenho Ou palavras certas. Mas, eu sei, com uma espécie de certeza inexata Que se eu contar Vai dar para ver a dor em meus olhos. Deuses, parece que eu sou apegada a ela, ás vezes Como aqueles amores doentes, e amarelos, que pulsam, infeccionando tudo. Tudo que eu queria é que a dor fosse embora. E as vezes eu minto E as vezes eu sorrio E as vezes eu nada. Não quero me afogar na escuridão. Não quero mais ouvir os banshes no meu ouvido. Mas, ao mesmo tempo, eu sei que ela está aqui ao alcance de uma respiração. E eu sumo Normalmente, por que o peso é demais E ninguém pode me ver de joelhos. Entenda, eu sei. O meu egoismo é o pior. Mas falar, deixar que se veja. É só dar realidade, a algo que eu queria sumido. E vou quebrando aos pouquinhos até que um de nós suma primeiro. Não desista de mim. Especialmente quando eu preciso brincar de

Sobre uma senhora

E a senhora das areias andava bem coberta. Sabia cantar, mesmo quando não falava Seu olhar cantava. Andava sem olhar para trás. Um dia, lágrimas turvaram seus olhos. Quando as lágrimas secaram, a senhora rasgou-se trepidando Agora estava nua. E correu Quando as areias chegaram, partiam-lhe a pele A senhora abriu os braços E encarou seu manto. Nunca mais deixou pegadas. Respirando areia tépida, deixou de cantar. A senhora ouvia, observava. E sorriu.