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Mostrando postagens de junho, 2010

textos eternos.

São aqueles muito parte de mim mesmo. Aqueles que me dão ímpetos de agradecer por existirem. Um dos meus sonhos mais profundos é justamente uma grande colcha de retalhos desses trechos. Eles lêem meu coração. Talvez a minha insônia só termine se um dia algo como um edredon de letras possa embalar meu sono. Ou talvez, nesse caso, tantas seriam as lágrimas de emoção e elas  fossem tão intensas, que eu não precisaria mais dormir. De fato, essa colcha de retalhos seria o mais próximo que eu poderia chegar de um paraíso. Esse, eu copiei do blog da vilma . Pq embora saiba de cor, nunca transcrevi do fragmento a que ele pertence. Sou seu raptor. Sou aquele que você esperou. Que então eu surgisse no meio da noite. Que então eu viesse, violentamente. E arrebatasse seu corpo sonolento e levasse você para outro mundo. Cheio de portas, e todas abertas. Desenha paisagens onde morar. Cria um rosto que chama de amigo. Sou esse rosto. Sou o bandido que salta do papel. E antes

Viva São João

Pássaro proibido... Saudades. De quando as estrelas cabiam na palma da minha mão da menina que eu fui apesar do tenis com palmilha e dos laços Pq sabia escolher tecidos sorrir sem me importar na noite fria, que nem fria era na fogueira abaixo do único céu que guarda um pedacinho de paz eu ainda não precisava de nenhum escudo São João, Xangô, menino.

aforisma I

não dá para falar de anarquismo como quem enrola meias e guarda nas gavetas. Aliás, de nada se deve falar. Viver, sim, o suficiente para roçar a pele. Nem que machuque. (isso ficou enorme, mas não sei como chamar)

queria ver no escuro do mundo

Queria saber desenhar...

Para ilustrar essa estória... com giz de cera. Era uma vez, uma menina. Ela usava um par de chiquinhas, presas com fita azul, aquele, azul muito forte, celeste. O cabelo era bem repartido no meio, e bem preso. As chiquinhas ficavam no alto. O cabelo da menina era vermelho, bem vermelho. E ela tinha sardas sobre o nariz. E um par de olhinhos negros. E tristes. Ficava sempre na janela, a espiar, pelo canto de uma cortina, cheia de flores de papel. Ela cortava as flores, amarrava, todos os dias, em fios de costura verde. Calma e concentrada, grave até. Como se o equilíbrio do mundo dependesse daquilo. A menina era séria, nunca abria o vidro. Seus lábios, pequenos, tinham poucos sorrisos a repartir. Um dia, intrigada com a alquimia do mundo, suspirou. Todas as dores de seu coração antigo. E teve uma idéia. Foi a cozinha. E suspirou, cheia de dores. Uma vez, e outra, e outra, e outra. Era tanto ar que poderia voar. Mas suspirou em uma tigela, a tigela das claras em neve. Ela fazia

diarinho I

bati as tristezas na tigela bolo de café açucar mascavo, canela, cravo. perfume pela casa só falta o norte. Alguem tem receita de bússola interna? Sentido da vida, guia? mas o bolo é real... olha só! E tem pedaços de alpino dentro dele. Adaptei a receita daqui

1

Quero ir embora, para sempre. Perdi as ilusões Hoje eu odeio a todos A culpa é de uma pessoa só Mas o ódio, indistinto  a raiva é irrestrita. Quero tudo de volta. Especialmente o que não posso engolir mais Quero, na minha pele. Como um sumiço Parto com o cachecol enrroscado na mala Quero tudo de volta, deixo só a raiva

Sobre caçar

Não sabia o que era. Seria a flor que carregava no peito? A sensação de que o mundo nada diria? a sensação de que a vida era isso aí? E a verdade é que é mesmo? Arco e alijava. Saiu, caçou. Olhos negros, como os animais mais doces. O veneno? Ela levou. Não precisava de mais peçonha do que a que habitava no próprio peito. Paralisou, brincando, indo e vindo. Caçar é entender a presa. É fácil - pensou. Mas a verdade é que poucos caçavam, aquela hora, aquele dia. Talvez fosse simples pela falta de disputa -  não pensava em disputas, entretanto,  não aquela hora. A presa olhou... Com reconhecimento? Ou talvez apenas apego pelos passos da caçada? Olhou seus olhos, pintados,  de negro, também. Ela invejava os olhos negros, como os da presa. O acordo, tácito. Ele se deixaria pegar? Ela recuou. Não assuste a presa. Mas houve o passo a frente, no momento exato. Como uma dança. Aprisionar os olhos, recuar, aprisionar de novo, recuar. Ela mantinha as frases na mente. Estava nervos

poucas palavras

Se eu tivesse um só pedido... queria não ser egoista nunca mais. Nem mesmo um pouquinho. Quem sabe assim ganhasse o que desejo de verdade. O que não se escreve e nem se diz. Update: Eu devia bater em minha mão quando escrevo triste de madrugada. Nada que se ganha funciona. A gente conquista. Quero voltar a ser a pirata que carrega espadas nos contos de meu amigo bardo.

A quisa de aforisma

"Pense nos outros" - disse. Mas o que não se sabia é que não estava completo. "Não esqueça de si" - disse Corda bamba, enfim E sempre se cai. De um lado, de outro A esfolar a alma Que chora em carne viva Tijolos marcados Azuis Sem luz. Mas destino muito pior, é de quem vive de um lado só. Fica caído sobre estacas que partem os membros, bem devagar. Devagar e sempre. É por isso que a dor do altruísmo irrefletido ou do egoísmo justificado são iguais. Segue... Dizem que no final do muro, um velhinho aprendeu a se equilibrar em uma carta de baralho. E mais além, há os que nunca caíram. Eu? Ah, nunca os vi. Os olhos ainda estão cheios de lágrimas e os membros cheios de dor. Mas não perdi o horizonte. Lá, no fim, na curva que se vê de cima do muro.

Sobre lugares de quem quer fugir.

Se há uma verdade que vem absolutando sobre mim a muito, muito tempo é a de que " estou a todo tempo planejando a minha fuga ". (esse é o link que eu mais temo que suma na internet inteira - guardem ele - hahaha) Enfim, é mesmo verdade. A psicóloga anda conversando comigo agora sobre isso. (mais alguém se sente derrotado achando que a psicóloga é como ter que PAGAR para ter um amigo??) Divago, como sempre. O objetivo aqui é outro. Terminei outro livro hoje. Inés de minh'alma, da Isabel Allende. E a Isabel sempre descreve mulheres fortes, soberanas, bruxas mesmo, no melhor sentido. Mama Frésia é uma personagem dela que adotei para mim, mas dizem que a imitação pode ser uma espécie de lisonja, então, está tudo certo. Queria muito, por isso, ver o Chile de suas páginas, o Chile de Ines, do século XVI. O Chile de Elisa Sommers, do século XVIII. O engraçado é que ela mora fora do Chile a anos, mas sempre me desperta comichões, como se eu fosse uma espécie de Osíris enfetiçad