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textos eternos.

São aqueles muito parte de mim mesmo. Aqueles que me dão ímpetos de agradecer por existirem. Um dos meus sonhos mais profundos é justamente uma grande colcha de retalhos desses trechos. Eles lêem meu coração. Talvez a minha insônia só termine se um dia algo como um edredon de letras possa embalar meu sono.
Ou talvez, nesse caso, tantas seriam as lágrimas de emoção e elas  fossem tão intensas, que eu não precisaria mais dormir.
De fato, essa colcha de retalhos seria o mais próximo que eu poderia chegar de um paraíso.

Esse, eu copiei do blog da vilma. Pq embora saiba de cor, nunca transcrevi do fragmento a que ele pertence.

Sou seu raptor.
Sou aquele que você esperou.
Que então eu surgisse no meio da noite.
Que então eu viesse, violentamente.
E arrebatasse seu corpo sonolento
e levasse você para outro mundo.
Cheio de portas, e todas abertas.
Desenha paisagens onde morar.
Cria um rosto que chama de amigo.
Sou esse rosto.
Sou o bandido que salta do papel.
E antes que possa reagir,
seus pés já correm,
guiados pelos meus.
Sua mão vem veloz,
guiada pela minha.
Pois sou seu raptor,
o forasteiro na rua principal.
E você não me opõe resistência.
Como a ave que caça, de longe vi você,
fechei forte as minhas garras,
e ninguém mais viu falar de nós
nessa cidadezinha de merda.
 
 
Alessandro Martins

Comentários

  1. Texto completo!! A vilma deu uma censurada devido aos alunos... Inclusive, considero os dois últimos versos os mais inspiradores. (A minha colcha de retalhos também é o mais próximo que consigo chegar do paraíso.)

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