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Mostrando postagens de 2012

Lá e de volta outra vez.

Minha casa é um livro. Ou vários Minha casa é um planeta inteiro Minha casa é o deserto E também, um imenso sol vermelho Minha casa também é um anjo Que trás luz, um candeeiro. Minha casa sou eu em desapego.

Para as fadas

As fadas cantam, na madrugada. Assopram, para que o vento frio se espante pelo doce calor de seu hálito. E riem Como filhas do vento Achei que carregassem o frio E Niamh chamando  Venha, Venha para cá. as fadas dançam, descalças, quase sem tocar o chão Ou melhor, tocando Só quando é divertido E eu escuto, com seu riso Niamh continua chamando  Venha, Venha para cá. Em círculo as palmas se tocam Em círculo lábios sussuram O meu presente, no dia especial que acaba Quando outro começa Está tudo aí, escuto E Niamh chamando  Venha, Venha para cá. É como abraçar um morno mel doce, que formiga na pele e nos lábios Uma coroa de flores,  verde élfico e tambores. Fogo crepitando, no coração que é sagrado E Niamh chamando  Venha, Venha para cá. Eu nunca fui embora. Apenas não sabia.

meias verdades

Ás vezes, queria poder explicar essa necessidade Essa imensa necessidade que eu tenho de me esconder. Queria que houvesse um desenho Ou palavras certas. Mas, eu sei, com uma espécie de certeza inexata Que se eu contar Vai dar para ver a dor em meus olhos. Deuses, parece que eu sou apegada a ela, ás vezes Como aqueles amores doentes, e amarelos, que pulsam, infeccionando tudo. Tudo que eu queria é que a dor fosse embora. E as vezes eu minto E as vezes eu sorrio E as vezes eu nada. Não quero me afogar na escuridão. Não quero mais ouvir os banshes no meu ouvido. Mas, ao mesmo tempo, eu sei que ela está aqui ao alcance de uma respiração. E eu sumo Normalmente, por que o peso é demais E ninguém pode me ver de joelhos. Entenda, eu sei. O meu egoismo é o pior. Mas falar, deixar que se veja. É só dar realidade, a algo que eu queria sumido. E vou quebrando aos pouquinhos até que um de nós suma primeiro. Não desista de mim. Especialmente quando eu preciso brincar de

Sobre uma senhora

E a senhora das areias andava bem coberta. Sabia cantar, mesmo quando não falava Seu olhar cantava. Andava sem olhar para trás. Um dia, lágrimas turvaram seus olhos. Quando as lágrimas secaram, a senhora rasgou-se trepidando Agora estava nua. E correu Quando as areias chegaram, partiam-lhe a pele A senhora abriu os braços E encarou seu manto. Nunca mais deixou pegadas. Respirando areia tépida, deixou de cantar. A senhora ouvia, observava. E sorriu.