O rato olhou no espelho. Seus olhinhos brilharam de volta, o outro que não era ele.
A verdade é que eu tenho medo.
A verdade é que o mundo mente, o mesmo tanto que eu.
E o rato foi lá, empilhar as mentiras bonitas, em uma caixa que dizia inofensivas.
Na verdade, queria esquecimento.
E conseguiu.
A verdade é que eu tenho medo.
A verdade é que o mundo mente, o mesmo tanto que eu.
E o rato foi lá, empilhar as mentiras bonitas, em uma caixa que dizia inofensivas.
Na verdade, queria esquecimento.
E conseguiu.
" Todas as nossas indiferenças simuladas, toda nossa indignação contra mentiras tão naturais, tão semelhantes às nossas, numa palavra, tudo quanto não cessamos,ao nos sentirmos felizes ou traídos não só de dizer ao ente amado, mas até lá,longe dele, de repetir a nós mesmos, algumas vezes em voz alta, no silêncio de nosso quarto, quebrado por frases como -"não,é realmente intolerável essa conduta" e " quis rever-te pela última vez e não nego que sofro" -, não podemos voltar mais à verdade, da qual tanto se desviara, sem abolir aquilo que mais nos apegávamos, aquilo que, nos projetos febris de cartas e entrevistas, debatíamos a sós, fervorosamente".
ResponderExcluir(Marcel Proust. "Em busca do Tempo Perdido". p.169)
Eu também queria o dom do esquecimento.
ResponderExcluirT.