Elegia
Deixe que minha mão errante
Adentre atrás, na frente,
Em cima, em baixo, entre
Minha América
Minha terra a vista
Reino de paz se um homem
Só a conquista
Minha mina preciosa
Meu império, feliz
De quem penetre o teu mistério
Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão
Me selo gravo
Nudez total
Todo prazer provém do corpo
Como a alma em seu corpo
Sem vestes, como encadernação cristosa
Feita para iletrados
A mulher se enfeita,
Mas ela é um livro místico
E somente a alguns a que tal graça
Se consente é dado lê-la.
Eu sou um que sabe.
Quando eu era muito jovem, amava o Caetano com devoção. Ele foi o meu James Dean, antes que eu soubesse quem era James Dean, e muito, muito antes q eu soubesse de desejos, de calores ou de coisa que o valha.
E foi também uma música que me acompanhou na primeira vez que eu bringuei de me apaixonar, há mais de dez anos. Ouvia elegia e vampiro, também do Caetano esperando as borboletas no estômago.
Acabou que concordei com outro cantor, o Cazuza: "o nosso amor a gente inventa, prá se distrair... E quando acaba a gente pensa, que ele nunca existiu".
Mas não o amor pela música.
Essa, na verdade, adaptada de um poema de John Donne trouxe mais um poeta a minha busca incessante por lirismo. Mas prefiro o Donne sensual e não o religioso.
E agora, elegia vem, de novo, como epifania.
Quantas pessoas podem dizer que já foram "lidas"como Donne escreveu?
Mulher, homem, o que seja?
Quero me apaixonar, Caetano, e explorar o outro como um livro. E ser lida como um. Nada como as conexões do tio bauman, quero os anseios do século XVI. Um tipo de respeito que eu nunca recebi.
Será que ainda existe?
Deixe que minha mão errante
Adentre atrás, na frente,
Em cima, em baixo, entre
Minha América
Minha terra a vista
Reino de paz se um homem
Só a conquista
Minha mina preciosa
Meu império, feliz
De quem penetre o teu mistério
Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão
Me selo gravo
Nudez total
Todo prazer provém do corpo
Como a alma em seu corpo
Sem vestes, como encadernação cristosa
Feita para iletrados
A mulher se enfeita,
Mas ela é um livro místico
E somente a alguns a que tal graça
Se consente é dado lê-la.
Eu sou um que sabe.
Quando eu era muito jovem, amava o Caetano com devoção. Ele foi o meu James Dean, antes que eu soubesse quem era James Dean, e muito, muito antes q eu soubesse de desejos, de calores ou de coisa que o valha.
E foi também uma música que me acompanhou na primeira vez que eu bringuei de me apaixonar, há mais de dez anos. Ouvia elegia e vampiro, também do Caetano esperando as borboletas no estômago.
Acabou que concordei com outro cantor, o Cazuza: "o nosso amor a gente inventa, prá se distrair... E quando acaba a gente pensa, que ele nunca existiu".
Mas não o amor pela música.
Essa, na verdade, adaptada de um poema de John Donne trouxe mais um poeta a minha busca incessante por lirismo. Mas prefiro o Donne sensual e não o religioso.
E agora, elegia vem, de novo, como epifania.
Quantas pessoas podem dizer que já foram "lidas"como Donne escreveu?
Mulher, homem, o que seja?
Quero me apaixonar, Caetano, e explorar o outro como um livro. E ser lida como um. Nada como as conexões do tio bauman, quero os anseios do século XVI. Um tipo de respeito que eu nunca recebi.
Será que ainda existe?
Como não curto muito Caetano e Cazuza;desconheço John Donne e, infelizmente, não sou tão bad boy quanto James Dean. Não saberei bem ao certo o que passa nos teus reflexos...
ResponderExcluirNão somos livros para serem lidos(sem muita certeza), pois seria um tormento ( ou alegria ad eternum) saber que somos uma reserva moral e intelectual à espera de um leitor à maneira de um jovem monge na Potala.
Quanto sua pergunta: "Será que ainda existe?"
Não sei responder! Só sei que aqui fora faz um calor danado!
:)