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As vezes, não consigo evitar.
Queria pegar quem eu era
anos atrás
e fugir
para não cair no buraco
no buraco sem fundo
que tirou de mim
justamente
quem eu era
antes

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frio de inverno

Chegamos no fim. No fim. No fim. Como um filme, o fim sempre esteve lá. A espreita. Mas enquanto um de nós corria, com a fome dos devoradores, daqueles, que olham para as migalhas sem remorso e nem saudades, o outro nem andava. Não ousava ao menos respirar. Se respirasse, talvez, por Deus... a verdade, é que se respirasse, talvez doesse. Recebia afagos como um cão. Aquele, que agradece as migalhas... Devia ter mordido os calcanhares. Chegamos no fim. E como na fita tediosa, não há, realmente história a ser contada. Conto de números primos. Não se dividem a não ser por si mesmos. Quando eu digo que conheço muitas pessoas legais, aí está: o oftalmo montou esse texto comigo, enquanto medíamos a pressão do meu olho. (Ele media, na verdade. Nós tagarelávamos. E eu tomei liberdades poéticas na história que contamos)

lembrar

Nas madrugadas em que era meu durava o dia inteiro mas era leve como o amor tem que ser aceitação e o preço, agora é o vazio da saudades. Pagarei, sem muito lamento mas perco o sono, toda vez.

poucas palavras

Se eu tivesse um só pedido... queria não ser egoista nunca mais. Nem mesmo um pouquinho. Quem sabe assim ganhasse o que desejo de verdade. O que não se escreve e nem se diz. Update: Eu devia bater em minha mão quando escrevo triste de madrugada. Nada que se ganha funciona. A gente conquista. Quero voltar a ser a pirata que carrega espadas nos contos de meu amigo bardo.