Vamos surfar? Você convida, absorto. Mas não estende a mão de verdade, ainda que ensaie o movimento. Antes, observa. Não gosta de empolgar-se com nada. Nem de parecer indispensável. Quase consigo ouví-lo pensar: Não posso deixar que dependa de minha mão. É uma perspectiva interessante, sorver o caos, como nos quadrinhos. Talvez, se eu pudesse voar e andar de máscaras, parecesse mais legal subir na gágula mais feia do prédio mais alto do dia mais frio. Olhar o caos como quem sabe que precisa dele como precisa de pulmões. (Eu não preciso de coração, sério!) Mas eu não uso máscaras. (E aqui, você ri) Ok, eu uso, mas elas estão muito grudadas na minha pele. Pouca gente vê, afinal, a ninguém interessa. Mas faz parte da mentira afirmar coisas como essa. Elas sustentam a máscara. Ela dói menos quando a gente treina em fazê-la sumir. Ainda que seja tudo mentira, todo mundo toma sua pílula vermelha, religiosamente. E hoje eu brinquei de coisas feias, admitindo que o que faço e me dá iden
Assuntos podem ser infinitos?