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Mostrando postagens de 2010

Desejo de ano novo.

Eu tinha uma mensagem enorme p/ acompanhar, mas resolvi ficar mudinha... Aos que eu amo, que amei, que odiei, enfim, aos que importam, é o que eu desejo. O assovio de ser livre. Boas festas para quem é de festas.

50

Estou aportando na praia do submarino. Já dá para ouvir a música e os solos de guitarra O mais legal de todos está tocando cítara e sorri. Espero que ele me conte o segredo das estrelas.

fato

Algumas pessoas deveriam vir com uma etiqueta grudada: INDELÉVEL. Assim, eu simplesmente manteria distância. Ou tentaria, ao menos, quando os dedos do destino pararam os ponteiros. Juro, eu lutaria se soubesse. Nem teria estado lá. E o engraçado ou bizarro é que por mais dor q eu carregue, como tartaruga... o mundo vai colocar o resultado em outro alguém. Enquanto um enorme apetite carimba, descuidadamente... Talvez, no fim seja só eu Minha pele de papel seda A ingenuidade irrefletida. De quem nada sabia. E esvaziou como aquelas garrafinhas coloridas do nordeste - que ironia. Quando se quebram... a areia se espalha cinza. bege as cores fogem. Assim é na minha alma agora, com sua letra escarlate. presente para lembrar q eu sou fraca.

para o sr desconhecido que não lê o blog

(pq as inspirações tem q ser nomeadas) Não é mais assim q vc me ganha. Assanha, com manha, papos de aranha. Será que pediu conselhos? Posso imaginá-lo falando com outro. O afoito dos olhos de coelho. Me faz rir Só que nada me ganha agora virei colibri aquele dos astecas, mortos porque lutaram morreram, sem demora Os olhos embotados Sangue Coração despedaçado no peito. Não, não, não. Não é despeito, respondo sem jeito. É respeito pelo que sou agora a mesma nem um pouco mais sábia apenas mais venenosa. Só me tocas, como quem toca os gatos. Quando eu quiser O preço é morrer sozinha, e escondida. Mas as asas são bonitas, mesmo assim um jeito de viver até o meu fim.

me faça dormir...

Ouça minha prece, iubit De onde estiver, que cante Segure minha mão no escuro A sinta tremer Deixe-me contar seus dedos Enquanto a madrugada espia, pelo vão pequeno da janela. Você sabe que eu preciso dele lembrete, profundo de que voltarei Ouça minha prece, iubit Me abrace no escuro sussure segredos no meu ouvido para me fazer sorrir E se eu chorar, iubit Não fale nada olhe meus olhos, enquanto os escondo, como criança Dê-me um peito para chorar Eu não preciso que seja forte, iubit Eu não preciso que diga nada. Eu preciso que esteja ali como uma escolha sagrada Segure minha mão e cante, iubit. Só para os meus ouvidos. Meu coração grita, e assusta a criança que quer dormir. E sou eu mesmo Sempre eu, iubit, um pobre narciso amaldiçoado A olhar no espelho. Só por hoje, iubit, para eu lembrar do que não lembro Seja eu, mais que eu, sejamos dois, só por hoje. Escute minha prece e não fuja nem desista de mim. Rosas em meu leito.

Choque

Hoje, olhei um monte de fotos minhas e percebi que eu vou ser sempre a gordinha meio atarracada com cara de lua. Não há o que fazer não tem como crescer. Deprimi.

Kelpie - Mägo de Oz.

Kelpie Oigan la historia que les cuento, por testigo pongo al tiempo, que así ocurrió:el dios de la lluvia gemía y lloraba y, por séquito, la niebla le acompañó. Segundos antes de medianoche, en la hora en que las brujas toman el té donde el horizonte del bosque se esconde, en un claro, un posada a lo lejos se ve. Su nombre era Kelpie, la dama del amanecer, en la noche de los difuntos se la puede ver. Tu alma quiere poseer. Dicen que vivió atormentada que su principe era de los de prometer al meter y una vez yacido olvidar lo prometido y los nueve meses ni el pelo se dejó ver. Su nombre era Kelpie, la dama del amanecer, en la noche de los difuntos se la puede ver. Tu alma quiere poseer Por conocer varón fue condenada, enterrada en vida entre muros, Kelpie murió, y desde ese día su alma te guía hacia la posada donde le conoció. No beses su boca si a medianoche tú la ves, pues si acaricias esos labios siempre morirás de pie entre los muros, ya hay ciento diez. Su nombre era Kelpie

Quantos textos vc não escreveu

Pq era frágil e faltavam palavras? Ou por que era covarde e as palavras sobravam, tantas, que eram contidas? O ano do escorpião, o amigo me disse. Morte, sangue, dívidas, mais morte Crença nenhuma Apenas a mais profunda. De que eu não sou o suficiente. Qualquer coisa o suficiente. Posso listar adjetivos no alfabeto inteiro. Eu apenas não presto, não basto, não consigo. Ok, perfeita a espalhar o tédio. Mas isso não conta como adjetivo, conta? Que destino é esse a perseguir como miragem? Nada existe As pessoas não são como se pensa. Ou melhor, são sim, mas não como vc pensa e lamenta. Pq a crueldade é só sua culpa? A burrice, essa sim. Cruz tatuada na cara. Sem, voz, sem eco, sem saudades sem referencia sem perspectiva Morta. Deito em meio aos escorpiões, abraçada. O ano deles Mas não adianta. O dom final, eles não dão. Não emprestam Definhe e espere, sussura. Mas eu posso esquecer por hoje, ao lado do vinho e do sono. Até quando?

e as letras cessaram,

seus dedos, turvos coraçao, faminto tudo incha e arrefece. Mas se lembrar, mande amor e luz... depois no segundo seguinte esqueça. Não espere passar mais que um segundo Isso é deveras importante. Eu largarei a mão do ódio, iubit? Preciso acreditar que sim. O ódio tem a mão cheia de espinhos.

historieta 1

O rato olhou no espelho. Seus olhinhos brilharam de volta, o outro que não era ele. A verdade é que eu tenho medo. A verdade é que o mundo mente, o mesmo tanto que eu. E o rato foi lá, empilhar as mentiras bonitas, em uma caixa que dizia inofensivas. Na verdade, queria esquecimento. E conseguiu.

inconfessável I

Quando me tocas, desmancho Desaproximas, rearranjo Talvez só desejes me ver derreter Pagarei, assim, seu preço Não me sobra tanto apreço Que me faça temer desaparecer. Veja: de perto desperto.

canção da madrugada

A lua girou, girou Traçou no céu um compasso A lua girou, girou Traçou no céu um compasso Eu bem queria fazer um travesseiro dos seus braços Eu bem queria fazer... Travesseiro dos meus braços Só não faz se quiser Um travesseiro dos meus braços Só não faz se não quiser... Sustenta palavra de homem Que eu mantenho a de mulher Sustenta a palavra de homem... Que eu mantenho a de mulher A lua girou, girou Traçou no céu um compasso A lua girou, girou Traçou no céu um compasso Eu bem queria fazer um travesseiro dos seus braços Eu bem queria fazer...

iubit

sinto, sonho, respiro. tomo fôlego sorrio de madrugada tudo diferente repleto como pássaro observo espero o planar completo nas suas mãos, descanso. Nao sem medo. Mas com coragem suficiente peito aberto.

-

Hoje eu gritei babaca, no seu ouvido com toda força. Depois, em meio a voadoras de matrix, o acertei com zarabatanas. (na testa) Mas aí eu acordei. Acendi uma vela e pedi, de uma vez por todas... Some do meu cérebro!

Ondas

Vamos surfar? Você convida, absorto. Mas não estende a mão de verdade, ainda que ensaie o movimento. Antes, observa.  Não gosta de empolgar-se com nada. Nem de parecer indispensável. Quase consigo ouví-lo pensar: Não posso deixar que dependa de minha mão. É uma perspectiva interessante, sorver o caos, como nos quadrinhos. Talvez, se eu pudesse voar e andar de máscaras, parecesse mais legal subir na gágula mais feia do prédio mais alto do dia mais frio. Olhar o caos como quem sabe que precisa dele como precisa de pulmões. (Eu não preciso de coração, sério!) Mas eu não uso máscaras. (E aqui, você ri) Ok, eu uso, mas elas estão muito grudadas na minha pele. Pouca gente vê, afinal, a ninguém interessa. Mas faz parte da mentira afirmar coisas como essa. Elas sustentam a máscara. Ela dói menos quando a gente treina em fazê-la sumir. Ainda que seja tudo mentira, todo mundo toma sua pílula vermelha, religiosamente. E hoje eu brinquei de coisas feias, admitindo que o que faço e me dá iden

um dia

os deuses vão lhe tirar todas as noites em claro as crises as lágrimas Um dia, os arrependimentos martelarão Em estradas sem sentido Da mente Um dia, pq tudo volta tres vezes por tres vezes todas, sempre se verá feio, fraco, perdido.

Ouroboros

Como explicar que o que eu odeio reflete em um ódio mais direcionado a mim do que qualquer coisa? De ter aguentado, de ter escolhido, de ter ficado. No fim, meu ódio é arrependimento. Por acreditar, muito profundamente, que eu não valia a pena E olha só, isso me faz valer menos ainda. Eu odeio a você, e a mim, sem separar, sem tirar E nem pôr. Vazia a existência. E odeio acima de tudo, este sentimento.

Texto para Enki.

Fui à biblioteca do lugar onde trabalho, hoje. Eu evito ir até lá, pois, a contrariar com o estigma das bibliotecas, eu acho que esta é muito barulhenta. Um burburinho enxameado (já contei que tem um livro me fazendo perdoar as abelhas?) permeado por mais burburinho, numa espécie de looping infinito ecoando pelas paredes. É engraçado que no prédio antigo a biblioteca era uma bolha de silêncio e concentração. Eu SEMPRE fugia para lá. Mas nessa, não funciona assim, então, eu fujo para as árvores, ou para minha sala. Mas, hoje ao ir para lá, ela me recebeu com mais silêncio do que das outras vezes. Lembrei, portanto, o quanto eu gosto das bibliotecas e fiquei por lá, acarinhando as paredes e mantendo contato com todos aqueles livros juntos. Gosto de visitar bibliotecas com o espírito de exploração, como quando fazemos visitas as livrarias. Tiro os livros inimagináveis das estantes, olho os índices, folheio. Amigos em potencial, é o que são, a espera que alguém os veja e dialogue com eles

Poema do Borges

O Milor traduziu: AQUI LIMITES De todas as ruas que escurecem ao pôr-do-sol, deve haver uma (qual, eu não sei dizer) em que já passei pela última vez sem perceber, refém daquele Alguém que, com antecedência, fixa leis onipotentes, ajusta uma balança secreta e inflexível para todas as sombras, formas e sonhos tecidos na textura desta vida. Se há um limite para todas as coisas e uma medida e uma última vez, e nada mais, e esquecimento, quem nos dirá a quem nesta casa nós, sem saber, já dissemos adeus? Pela janela que amanhece a noite se retira e entre os livros empilhados que lançam sombras irregulares na mesa baça, deve haver um que eu jamais lerei. Há uma porta que você fechou pra sempre e algum espelho o esperará em vão; para você as encruzilhadas parecem muito amplas, mas há um Janus, vigiando você, nos quatro cantos. Há uma entre todas tuas memórias que agora está perdida além da evocação. Você não será visto descendo àquela fonte, seja à luz do sol

Passo I

        Quando eu tinha uns 16 anos, um senhor que eu respeitava muito – pois sempre carreguei uma espécie de carência paterna dentro de mim, um buraco preenchido por estranhos, uma solidão inexplicável e cheia de apetites e por isso mesmo, indescritível – mas enfim, divago nas sensações e me perco na narrativa... Havia, então, um senhor que me era querido. E um dia, como quem não quer nada, acredito que para provar um ponto qualquer numa discussão com um grupo, ele anunciou: -        Eu consigo saber o que a pessoa pensa e o seu futuro só de ver a palma das mãos dela.               Não me lembro o que os outros fizeram, mas ficou gravado muito fundo em mim o que se passou a seguir. Ele olhou para mim e perguntou se poderia ver as minhas mãos. Abri, sem pestanejar e nem piscar, as duas palmas, muito abertas. Ele me olhou muito espantado. E disse: você não tem nenhum segredo! Nem um arrependimento! Nada a esconder... Eu perguntei por que dizia aquilo. Ele então explicou, q

Pitada

Quando eu crescer, quero morar no prédio vermelho. E as suas janelas coloridas Vao guardar, alimentar, acalentar Uma alma de criança. Com a honra das estátuas E a leveza do vermelho Encarnado, encarnando sonhos. Imagem retirada de:http://venus--in--furs.blogspot.com/

enfim...

Na tentativa de distribuir minha amargura, hoje, eu ODEIO, capitalmente, pessoas que não usam os is nos lugares certos. E odeio quem não conhece Nana E odeio as doenças que impedem as pessoas de contar suas histórias. E os passáros que não podem voar e a saciedade surreal do açucar e as pílulas de desparecimento os sorrisos falsos que mascaram as lágrimas Ode, odiosa ao espelho, grito ao reflexo. When I was darkness at that time furueteru kuchibiru heya no katasumi de I cry mogakeba mogaku hodo tsukisasaru kono kizu yaburareta yakusoku hurt me   Nobody can save me

frio de inverno

Chegamos no fim. No fim. No fim. Como um filme, o fim sempre esteve lá. A espreita. Mas enquanto um de nós corria, com a fome dos devoradores, daqueles, que olham para as migalhas sem remorso e nem saudades, o outro nem andava. Não ousava ao menos respirar. Se respirasse, talvez, por Deus... a verdade, é que se respirasse, talvez doesse. Recebia afagos como um cão. Aquele, que agradece as migalhas... Devia ter mordido os calcanhares. Chegamos no fim. E como na fita tediosa, não há, realmente história a ser contada. Conto de números primos. Não se dividem a não ser por si mesmos. Quando eu digo que conheço muitas pessoas legais, aí está: o oftalmo montou esse texto comigo, enquanto medíamos a pressão do meu olho. (Ele media, na verdade. Nós tagarelávamos. E eu tomei liberdades poéticas na história que contamos)

Proposta de emprego.

Serião, gente! (perceba o tom do post  e corra, amigo intelectual orgânico da sociedade) Preciso urgentemente de alguém, de uma máquina, de uma idéia, ou qualquer coisa que me MANTENHA PERMANENTEMENTE LONGE E ME IMPEÇA de comprar livros on line. Fácil. Notem, não é contra o consumismo, apenas contra o consumismo ENGAJADO (jura que só eu sou capaz de gargalhar com essa expressão?) Ou seja, se eu quiser vender minha alma comprando roupas, acessórios e cosméticos, susse. Só precisa me impedir de comprar livros. Pode usar da violência. Interessados, entrem em contato.

2+2

Pergunto vezes sem conta resposta sempre igual a zombar da esperança criança tonta sinta-se mal e solte esse balão passáro em que as asas já se quebraram Só porque voava baixo

aforismas II

1. Pessoas me doem como pregos enferrujados. 2. Pior cego é o que não quer ver. Na verdade, somos todos cegos de sentidos, por isso a vida não passa de um diálogo de cegos. Ninguém te vê. Você não vê ninguém. E o espelho que a vaidade carrega que faz com que a gente acredite que se vê, olha só: É concâvo, é embaçado, é sujo.  Tudo é falso. Somos cegos do pior tipo.

espelho

Olho para mim, madrugada. Insônia. Frio, aquele, para o qual não existe cobertor. Sou ingênua e burra, repito. não sei nada deve ser por isso que eu insisto em estudar e ler e pensar apenas sintoma de burrice. Inteligentes? pedras, tartarugas e golfinhos. Orcas e violetas. Eu? Ignoro, Ignoro-me, Ignoro-te. Ignobil Ignomínia.

textos eternos.

São aqueles muito parte de mim mesmo. Aqueles que me dão ímpetos de agradecer por existirem. Um dos meus sonhos mais profundos é justamente uma grande colcha de retalhos desses trechos. Eles lêem meu coração. Talvez a minha insônia só termine se um dia algo como um edredon de letras possa embalar meu sono. Ou talvez, nesse caso, tantas seriam as lágrimas de emoção e elas  fossem tão intensas, que eu não precisaria mais dormir. De fato, essa colcha de retalhos seria o mais próximo que eu poderia chegar de um paraíso. Esse, eu copiei do blog da vilma . Pq embora saiba de cor, nunca transcrevi do fragmento a que ele pertence. Sou seu raptor. Sou aquele que você esperou. Que então eu surgisse no meio da noite. Que então eu viesse, violentamente. E arrebatasse seu corpo sonolento e levasse você para outro mundo. Cheio de portas, e todas abertas. Desenha paisagens onde morar. Cria um rosto que chama de amigo. Sou esse rosto. Sou o bandido que salta do papel. E antes

Viva São João

Pássaro proibido... Saudades. De quando as estrelas cabiam na palma da minha mão da menina que eu fui apesar do tenis com palmilha e dos laços Pq sabia escolher tecidos sorrir sem me importar na noite fria, que nem fria era na fogueira abaixo do único céu que guarda um pedacinho de paz eu ainda não precisava de nenhum escudo São João, Xangô, menino.

aforisma I

não dá para falar de anarquismo como quem enrola meias e guarda nas gavetas. Aliás, de nada se deve falar. Viver, sim, o suficiente para roçar a pele. Nem que machuque. (isso ficou enorme, mas não sei como chamar)

queria ver no escuro do mundo

Queria saber desenhar...

Para ilustrar essa estória... com giz de cera. Era uma vez, uma menina. Ela usava um par de chiquinhas, presas com fita azul, aquele, azul muito forte, celeste. O cabelo era bem repartido no meio, e bem preso. As chiquinhas ficavam no alto. O cabelo da menina era vermelho, bem vermelho. E ela tinha sardas sobre o nariz. E um par de olhinhos negros. E tristes. Ficava sempre na janela, a espiar, pelo canto de uma cortina, cheia de flores de papel. Ela cortava as flores, amarrava, todos os dias, em fios de costura verde. Calma e concentrada, grave até. Como se o equilíbrio do mundo dependesse daquilo. A menina era séria, nunca abria o vidro. Seus lábios, pequenos, tinham poucos sorrisos a repartir. Um dia, intrigada com a alquimia do mundo, suspirou. Todas as dores de seu coração antigo. E teve uma idéia. Foi a cozinha. E suspirou, cheia de dores. Uma vez, e outra, e outra, e outra. Era tanto ar que poderia voar. Mas suspirou em uma tigela, a tigela das claras em neve. Ela fazia

diarinho I

bati as tristezas na tigela bolo de café açucar mascavo, canela, cravo. perfume pela casa só falta o norte. Alguem tem receita de bússola interna? Sentido da vida, guia? mas o bolo é real... olha só! E tem pedaços de alpino dentro dele. Adaptei a receita daqui

1

Quero ir embora, para sempre. Perdi as ilusões Hoje eu odeio a todos A culpa é de uma pessoa só Mas o ódio, indistinto  a raiva é irrestrita. Quero tudo de volta. Especialmente o que não posso engolir mais Quero, na minha pele. Como um sumiço Parto com o cachecol enrroscado na mala Quero tudo de volta, deixo só a raiva

Sobre caçar

Não sabia o que era. Seria a flor que carregava no peito? A sensação de que o mundo nada diria? a sensação de que a vida era isso aí? E a verdade é que é mesmo? Arco e alijava. Saiu, caçou. Olhos negros, como os animais mais doces. O veneno? Ela levou. Não precisava de mais peçonha do que a que habitava no próprio peito. Paralisou, brincando, indo e vindo. Caçar é entender a presa. É fácil - pensou. Mas a verdade é que poucos caçavam, aquela hora, aquele dia. Talvez fosse simples pela falta de disputa -  não pensava em disputas, entretanto,  não aquela hora. A presa olhou... Com reconhecimento? Ou talvez apenas apego pelos passos da caçada? Olhou seus olhos, pintados,  de negro, também. Ela invejava os olhos negros, como os da presa. O acordo, tácito. Ele se deixaria pegar? Ela recuou. Não assuste a presa. Mas houve o passo a frente, no momento exato. Como uma dança. Aprisionar os olhos, recuar, aprisionar de novo, recuar. Ela mantinha as frases na mente. Estava nervos

poucas palavras

Se eu tivesse um só pedido... queria não ser egoista nunca mais. Nem mesmo um pouquinho. Quem sabe assim ganhasse o que desejo de verdade. O que não se escreve e nem se diz. Update: Eu devia bater em minha mão quando escrevo triste de madrugada. Nada que se ganha funciona. A gente conquista. Quero voltar a ser a pirata que carrega espadas nos contos de meu amigo bardo.

A quisa de aforisma

"Pense nos outros" - disse. Mas o que não se sabia é que não estava completo. "Não esqueça de si" - disse Corda bamba, enfim E sempre se cai. De um lado, de outro A esfolar a alma Que chora em carne viva Tijolos marcados Azuis Sem luz. Mas destino muito pior, é de quem vive de um lado só. Fica caído sobre estacas que partem os membros, bem devagar. Devagar e sempre. É por isso que a dor do altruísmo irrefletido ou do egoísmo justificado são iguais. Segue... Dizem que no final do muro, um velhinho aprendeu a se equilibrar em uma carta de baralho. E mais além, há os que nunca caíram. Eu? Ah, nunca os vi. Os olhos ainda estão cheios de lágrimas e os membros cheios de dor. Mas não perdi o horizonte. Lá, no fim, na curva que se vê de cima do muro.

Sobre lugares de quem quer fugir.

Se há uma verdade que vem absolutando sobre mim a muito, muito tempo é a de que " estou a todo tempo planejando a minha fuga ". (esse é o link que eu mais temo que suma na internet inteira - guardem ele - hahaha) Enfim, é mesmo verdade. A psicóloga anda conversando comigo agora sobre isso. (mais alguém se sente derrotado achando que a psicóloga é como ter que PAGAR para ter um amigo??) Divago, como sempre. O objetivo aqui é outro. Terminei outro livro hoje. Inés de minh'alma, da Isabel Allende. E a Isabel sempre descreve mulheres fortes, soberanas, bruxas mesmo, no melhor sentido. Mama Frésia é uma personagem dela que adotei para mim, mas dizem que a imitação pode ser uma espécie de lisonja, então, está tudo certo. Queria muito, por isso, ver o Chile de suas páginas, o Chile de Ines, do século XVI. O Chile de Elisa Sommers, do século XVIII. O engraçado é que ela mora fora do Chile a anos, mas sempre me desperta comichões, como se eu fosse uma espécie de Osíris enfetiçad

Diversão de fim de noite.

Pé ante pé Quando todos dormem Madrugando irresponsavelmente (se tiver acordado tarde e passado o dia fora de horário melhor) Soberana no silêncio, como um gato. Tinja os dedos de vermelho, vivo, doce. Um pouco acre até Mas de olhos fechados Deixando aos dedos a tarefa de tatear, em meio ao frio E depois, agradeça, a qualquer Deus, aos deuses todos (ou ao mercado mais próximo) Por que afinal, existem as cerejas Termine lambendo os dedos como criança. Sugando todas as gotas irrefletidamente Feio Delicioso E real...

Filme favorito, anarquismo, ou: nada disso.

Se me pedissem para escolher um único filme em toda a minha existência eu diria: por que vc não morre? =D Mas mesmo assim, V de vingança estaria quase na frente. Já sei o que pensam, possíveis (invisíveis) leitores: pronto, lá vem uma anarcóide. Ou: o quadrinho é muito melhor, ou... sei lá. Mas a vantagem de ter um blog é que dá, egoísticamente, para escrever só sobre nós. No caso, eu. (nós é coisa de comunista. Ou de marinheiro). Uma das minhas cenas favoritas é a libertação da Evey. Lá vai: E, não, eu não achei em português. Aqui, depois de ser presa, torturada e encontrar uma carta que muda sua perspectiva sobre morrer, Evey descobre que era tudo armação do V. Para livrá-la do medo. E ela fica muito brava. Com razão. Eu não queria um tratamento desse tipo e olha que eu odeio todos os meus medos como toda boa orgulhosa garotinha soberba. Mas quando ela percebe que funcionou e sai na chuva, mais livre do que se possa imaginar ou sentir ele diz algo como: não feche os olhos. Te